Pequeno recorte da política cultural na Bahia

22/09/2007

Na última semana, a população foi surpreendida com anúncio do fechamento do Theatro XVIII por falta de recursos. Localizado no Pelourinho, o XVIII foi responsável nos últimos dez anos por democratizar o acesso à cultura, por meio do preço dos ingressos, despertar o interesse pelo Teatro nas camadas mais populares, abrir suas portas para centenas de artistas iniciantes, além de exibir uma programação sofisticada e popular, por mais paradoxal que isto possa ser.

O anúncio do fechamento do Theatro XVIII já era esperado por quem circula na cena cultural da cidade devido a ausência de patrocínio para manter a estrutura física do equipamento -luz, água, salários; problema encontrado por produtores culturais Brasil afora.

O mais irônico é o fato disto acontecer nove meses após a posse do governador Jaques Wagner, do partido dos trabalhadores, que assumiu com um discurso ‘republicano’ de ‘democratização’ da cultura. Infelizmente, neste começo de gestão do governador, o que se percebe é uma ausência absoluta de qualquer projeto de governo. Em áreas sensiveis como segurança, saúde e educação a sensação é de abandono e impotência, com um discurso, repetido como mantra por todos os secretários, de herança maldita e de indicadores maquiados pelas gestões passadas.

Na âmbito da secretaria de cultura (secult) o discurso não é diferente: todos os projetos articulados por meio da secrtaria estão sendo revistos. Do balet do Teatro Castro Alves ao restaurante do Museu de Arte Moderna, passando pelo Fazcultura e Sua Nota é um Show, prêmio Jorge Amado e até as aulas gratuitas do MAM, tudo está sendo interrompido e ‘reposicionado’ para integrar as novas ‘diretrizes’ da secult. Que é fundamental rever os critérios que foram utilizados pela gestão passada na área cultural ninguém discute. Acabar com distorções que permitiam concentrar 34% da verba da secretaria em apenas quatro empresas de produção de eventos é vital para oxigenar a cena cultural da Bahia.

Só espero que esta mudança, mais do que necessária, não sirva apenas para substituir os apaniguados e criar outra casta de privilegiados do dinheiro público.


Gramsci das Alagoas

21/09/2007

Nelson Motta – FSP, 21/09/2007

Um velho homem de esquerda, com seu passado de lutas, Renan Calheiros, absolvido pelos seus companheiros de causa, agradeceu citando Gramsci. Disse que a mídia está se transformando em partido político. Talvez porque, diante das vilanias, bandalheiras e traições dos partidos e dos políticos aos seus eleitores e ao país, o interesse público tenha obrigado a mídia a preencher esse vazio e assumir os compromissos desmoralizados pelos políticos.Nem mesmo um militante partidário, desde que alfabetizado, acredita que empresas comerciais concorrentes como a Folha, o “Estadão”, “O Globo”, o “Zero Hora”, a “Veja”, a TV Globo, o SBT, a CBN, a RBS e os maiores veículos de comunicação do país, que disputam ferozmente leitores, espectadores e anunciantes, juntaram suas forças em uma conspiração para destruir as reputações ilibadas dos patriotas Renan e Zé Dirceu. 

Para eles, só os veículos “independentes” -que vivem de publicidade do governo e de estatais- têm isenção para noticiar e comentar o mensalão, os sanguessugas e o caso Renan. Mas o povo é ingrato e despreza tantas qualidades, poucos compram as verdades deles. Talvez a maioria absoluta dos anunciantes e da população não saiba escolher os jornais, blogs, revistas e TVs para anunciar e para se informar. Só iluminados, como Dirceu e Renan, sabem como deve ser uma mídia democrática a serviço do país e dos cidadãos. O duro é convencer as pessoas a acreditar nela. E sobretudo neles.

Se os políticos e os partidos fizessem pelos seus eleitores uma pequena parte dos serviços prestados pela mídia independente -que não precisa deles nem do governo para sobreviver-, seríamos poupados de ouvir o Gramsci das Alagoas nos dar lições de ética e democracia.


Júri soberano

20/09/2007

A Bahia inova mais uma vez no cenário cultural e transado da 7ª arte. O prêmio de melhor longa metragem da jornada de cinema foi entregue ao organizador da jornada pela “… contribuição à divulgação da produção cinematográfica, difusão do cinema contemporâneo produzido na Bahia e no Nordeste, e com vistas ao desenvolvimento da atividade cultural na região….” O organizador não se avexou e abiscoitou 10 mil teresinhas. Já o patrocinador não comeu nada desta “homenagem” e avisou que vai cobrar o dinheiro do prêmio.
Depois se queixam do estado de mendicância do cinema baiano…


Emprego e renda

19/09/2007

O presidente da república têm 109 companheiros comprometidos com a causa e com as contas no gabinete da presidência. Nada como viver em um país rico. A lista dos ‘assessores’ :

Chefe do Gabinete Pessoal NE – Gilberto Carvalho
Assessores Especiais
Selvino Heck
André Roberto Spitz
Oswaldo Oliva Neto
Ana Lúcia Gusmão Brindeiro
Carla Carusi Dozzi
Ivan Marsiglia
João Ferreira Santiago
Júlio Hector Marín Marín
Meiry Andréa Borges David
Sandra Procópio da Silva
Vera Lúcia Lourido Barreto
Willian Silva Bonfim
GABINETE
Chefe de Gabinete – Fanie Ofugi Rodrigues Miranda (Interina)
Assessores
Adriana Rodrigues da Costa Santos
Ana Maria Sales Placidino
Iracema Ferreira de Moura
Lécio Lima da Costa
Paulo Ricardo Becker
Rosângela Rondon Rossi
Assessores Técnicos
Kátia Cristina da Silva Gomes
Rosalina Augusta Rolla da Costa
Assistentes
Ana Célia Gonçalves Bruno
Clécima Márcia Campos
Ilcéa Calado e Silva
Luana Rodrigues da Silva
AJUDÂNCIA DE ORDENS
Assessores Técnicos
Júlio César de Araújo
Albino Carlos de Oliveira
Cláudia Guimarães Belluco da Costa
Iracélia Frota Lima de Castro
Jorge Luiz de Lima
Judite Eufânia Barbosa Rios Santos
Maria de Lourdes Borges de Oliveira
Maria Dolores de Mattos
Valdir Arrais da Silva
CERIMONIAL
Chefe do Cerimonial – César de Oliveira Campos
Chefe do Cerimonial Adjunto – Marcos César Laguna
Assessores
Marcos Henrique Sperandio
Rui Antonio Jucá Pinheiro de Vasconcellos
Assessores Técnicos
Ana Cláudia Milhomem Freitas
Deborah Carvalho de Souza
Eliane de Carvalho Sousa
José Benedito
Kátia Christina Furtado Osório
Luis Felipe Pereira de Carvalho
Assistentes
Cláudio Henrique Andrade da Silva
Marcela Conrado Batista
Patrícia Ferreira Peixoto
Ronaldo Alexandre do Amaral e Silva
Assistente- Verônica Castelo Branco de Albuquerque
Assistente Técnico – Elaine Maria Dazio Goulart
GABINETE ADJUNTO DE AGENDA
Chefe de Gabinete-Adjunto – Cezar Santos Alvarez
Assessores Especiais
Marisete Aparecida Beu Ribeiro
Nelson Akio Fujimoto
Leonilse Fracasso Guimarães
Assessores
Lívia Oliveira Sobota
Nara Regina Costa Schmidt
José Luiz Maio de Aquino
Assessor Técnico – Maria Alice Martins Mazzilli
Assistentes
Maria de Fátima Escórcio Lima
Maria de Fátima Medeiros Nogueira Fernandes
Paula de Castro Bicalho
Telma Rejane Lima Lopes
Teresa Cristina Cabral Monteiro
GABINETE ADJUNTO DE INFORMAÇÕES EM APOIO À DECISÃO
Chefe de Gabinete-Adjunto – Clara Levin Ant
Assessores Especiais
Ronaldo Luiz Cabral
Maya Takagi
Alberto Nobre Mendes
Assessores
Ricardo Arreguy Maia
Soraia Ofugi Rodrigues
Assessores Técnicos
Willber da Rocha Severo
Erick Brigante Del Porto
Deusdete Dourada de Sousa
Assistentes
Eliane de Sousa Saraiva Azevedo
Solange Bento Cavalcanti
Assistente Técnico – Andréa dos Reis Ribeiro
GABINETE ADJUNTO DE GESTÃO E ATENDIMENTO
Chefe de Gabinete-Adjunto -Swedenberger do Nascimento Barbosa
Assessores Especiais
José Henrique Oliveira de Souza
Rogério Aurélio Pimentel
Bismarck de Moura Alcântara
Julio Cezar Bersot Gonçalves
Ricardo de Almeida Collar
Assessor Técnico – Maria Abadia de Souza Kobelus
Assistentes
Kátia Amorim Soares Lima
Vaglene Gomes de Sousa
Vanessa Lattaro Teixeira
Carla Maria da Conceição Nicácio Braga
GABINETE REGIONAL DE SÃO PAULO
Diretor – Rosemary Nóvoa de Noronha
Assessor – Genivaldo Gonçalves Silva
Assessor Técnico – Denise da Silva Fontes
Assistente Técnico – Milena Amorim Silva
DIRETORIA DE GESTÃO INTERNA
Diretor – Fanie Ofugi Rodrigues Miranda
Assessores
Reiniele de Sousa Alves
Luciana Aparecida Monteiro Araújo
Jucinilde Salazar Pereira
Assessor Técnico – Caio Leboutte
Assistentes
Homero César Dázio Goulart Orrú
Michelle Ikeda Constantino da Silva
DIRETORIA DE DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICA
Diretor – Cláudio Soares Rocha
Assessores
Silvélia Aurora de Lima de Negreiros
Paulo Antonio Outeiro Hernandes
Assessores Técnicos
Isabela Adjuto Botelho
Ruth Sabino Paniago
Torres Homem Rocha
Maria Carmélia Bezerra Lima
Assistente – Fernanda Eucária Drummond Gomes
Assistentes Técnicos
Giselle de Lima Abreu Azevedo
Mirian de Moraes Pires Matos
Darlene de Almeida Penha


Bravatas

17/09/2007

BBC Brasil – 17.09.2007
Lula diz não ter medo de crise e dá recado a Bush

Presidente Lula e o primeiro-ministro espanhol, José Luiz Zapatero
Lula e o premiê José Luis Zapatero, no Palácio de la Moncloa, Madri
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira em Madri que não tem medo de que a crise financeira internacional chegue ao Brasil.

Diante de investidores e do primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, Lula não só responsabilizou o governo dos Estados Unidos, como mandou um recado para o presidente George W. Bush.

“Daqui a alguns dias vou encontrar o meu amigo Bush e vou dizer a ele: Bush, resolve o problema da crise, porque não vamos deixá-la atravessar o Atlântico (SIC) e chegar ao Brasil. Ele vai ter que assumir a responsabilidade”.

Lula insistiu que a situação econômica brasileira é sólida o bastante para resistir às circunstâncias internacionais. E lembrou aos empresários que já passou o tempo em que o Brasil era vulnerável em todos cenários de crise.

“Estou convencido e não costumo trabalhar com medo premeditado. Ninguém me assusta na Terra. Os Estados Unidos vão ter que resolver o seu problema. Eu tenho certeza de que essa crise não vai afetar o Brasil.”

‘Política inadequada’

O presidente ganhou o apoio do primeiro-ministro Zapatero, que também responsabilizou o governo americano pela ameaça de extensão do problema a outros mercados.

O líder socialista da Espanha disse que a crise é “conseqüência de uma política inadequada de um país que é a maior potência do mundo”.

Durante uma entrevista coletiva no Palácio de la Moncloa, sede do governo espanhol, ambos dirigentes reivindicaram também uma renovação no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

O Brasil reivindica uma vaga permanente e conta com o apoio da Espanha.

“Espanha e Brasil estão juntos em uma visão de democratização da ONU. O mundo mudou, e é preciso que a ONU se modernize. As Nações Unidas não podem ter a mesma estrutura de 60 anos atrás”, disse Lula.

Quanto à Rodada de Doha, o presidente explicou que o Brasil não pretende medir forças com as grandes potências internacionais, mas também não quer “voltar para casa” com a sensação de que os países em desenvolvimento não têm voz.

“Não importa se o Brasil não ganhar. Se empatar, já está bom”, disse Lula.